OS VENCEDORES DE 2002 - 5º EDIÇÃO

Categoria Juvenil (14 à 18 anos)
Vencedor - Pâmela Radünz (poema “Caminhos”)

“Caminhos”

São emoções diferentes
E um mesmo sentimento
Os mesmos olhos a olhar
O mesmo coração a sentir
Diferentes conseqüências
Que acabam com o mesmo sorriso
Diversos sonhos
Que se tornam reais
Várias músicas
Que tocam o mesmo coração
Muitos momentos
Que modificam uma vida
Uma só pessoa
Conquistas... uma vida a ser vivida
Perguntas... uma só resposta
Vários caminhos para seguir
Apenas um estará certo
Mais de mil poesias a serem escritas
Apenas um poema
Um tempo todo para viver
Mas que acabará amanhã
Doces ilusões
Tristes arrependimentos
Pedras no caminho
Quantos obstáculos...

2º Lugar - Zaqueu Rodrigo R. (poema “Amor adolescente”)

“Amor adolescente”

Vi meus olhos nos teus
Vi essa paixão insana
Que meu coração emana
Sem saber dizer adeus!Eis a alma adolescente,
Cheia de amor mais puro;
Não vê passado nem futuro,
Vive apenas o presente.Mas, se quiseres, ó princesa,
Fugir comigo pela vida,
Eu te mostrarei que há ternuraE uma estrada colorida
Nesse meu mundo de loucura,
Neste mente de incerteza.

3º Lugar - João Jorge Santos Lopes (poema “Saudades”)

“Saudades”

Saudade dos teus beijos,
que ao paraíso me levava,
dos teus abraços,
que o conforto eu encontrava,
daquele seu jeito meigo de ser,
que numa criança me transformava. Me lembro daqueles
belos momentos que tivemos,
as inesquecíveis horas que vivemos,
que ao delírio me levava.
Também tivemos momentos difíceis,
que me enfraqueciam,
mas tenho saudades.Saudade das
conquistas que fizemos.
Das derrotas,
que me fizeram crescer,
Saudades de você.Saudades não me devolverão
você,
Só me basta
sonhar,
e guardar nossas lembranças...
Tendo saudades.

Categoria Adulto
Vencedora- Luís Carlos Gama (poema "Rio da vida")

“Rio da Vida”

Há em mim uma ingrata angústia inata...
É de minha própria natureza sentir tristeza.
O rio da vida retrata uma falsa mata
De uma dissimulada beleza simulando pureza.O rio da vida insiste em me refletir triste...
A distância que separa minha infância
Consiste em banhar a saudade que assiste
Em nítida inconstância meu delírio e ânsia.Parece que o rio também espelha saudade
Da absorta memória de outra idade
Onde nem tudo era turvo e sombrio.Saudoso tempo aquele que prazenteira mocidade
Na qual das águas escoavam com claridade
Na superfície límpida desse mesmo rio.

2º Lugar - Vera Regina de Quadros Ahmad (poema “A efêmera eternidade de um sonho” )

“A efêmera eternidade de um sonho”

Abro as janelas de minha alma...
Sou um visionário
Ando a procura de mim mesmo
Como é vasto o continente das metáforas
De mãos dadas com o destino
Estou radicado no futuro
Tão leve como plumas ao vento
Posso viver um momento intemporal
Esperança a curto prazo
Amizade a longo prazo
Circunstâncias frágeis
Sob mil e um disfarces
Vou deixando minhas pegadas
E assim a vida se compõe e recompõe infinitamente
Tão longe... Tão perto...
O caminho do silêncio
A eterna presença
O gesto que fica
O sonho impossível
A mensagem enviada
O espelho da alma
A janela florida PS. No côncavo das mãos uma miragem – a vida – um sonho!

3º Lugar - Éderson Fogliarini (poema “O vazio dos dias”)

“O vazio dos dias”

É como ver o sol numa manhã de inverno
entre a cortiça gris das chaminés,
crianças sujas os rastros das calçadasvarrendo o chão que caros sapatos pisam
e consomem a terra dos humildes
operários, mulheres e suas fábricasausentes de incentivos tributários,
que nutrem ainda um sentimento pátrio
nas canelas secas e um peito nu.A fome é sempre a mesma aos que têm sede
de justiça e visitam Deus na prece
pudica, instigada por multicrenças(1) desconhecendo que as mãos que lhe tocam
nos olhos e na carne são blasfêmicas
contra Deus, em sua face e espírito.Aqui, a eternidade é um raio de luz
e, à revelia, regenera-se a mão perdida
dos que furtam direitos adquiridos.(2) Nasce o sol..., não dura mais que um dia
depois da luz, segue a noite sulina
de afronta e real, descamba miséria.É quando a dança insana dos gemidos
rompe o pátio sombrio de velhas casas
cobertas por jornais – diários de pedras.
1 – Jô: 2,5
2 – Gregório de Matos (1636 – 1696)

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