Prédios contam a história da Vila nova de São joão da Cachoeira
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Por volta de 1750, alguns casais açorianos estabeleceram-se ao longo das margens do Rio Jacuí, dedicando-se à agricultura e à pecuária. Este foi o início do município de Cachoeira do Sul, que nessa época era apenas um povoado. Município mesmo, de forma oficial, com direito à ordem do rei D. João VI, foi só em 1820, com o nome de Vila Nova de São joão da Cachoeira, o quinto municÌpio criado no Rio Grande do Sul.
Um passeio pelas ruas do centro antigo, na zona sul, mostra prédios e casas que sobreviveram às mudanças e tendências arquitetônicas e ajudam a contar a história do município. Não são apenas estruturas de tijolos e concreto, são obras de pessoas que ajudaram a construir a cidade e guardam a memória de várias gerações que passaram por elas.
O passado é presente em Cachoeira do Sul, afirma a pesquisadora Paola Sartoretto, que realizou trabalho de monografia sobre o tema.
No ano de 1850, o engenheiro Martinho Boff fez um mapa da cidade, que possuía, então, 422 terrenos. Em 173 deles havia edificações. O primeiro núcleo de povoamento de Cachoeira do Sul surgiu onde hoje está a Catedral Nossa Senhora da Conceição, a 300 metros do Rio Jacuí. Ali estavam e ainda permanecem os poderes representativos do município: a Prefeitura Municipal, o Fórum e a igreja. Ali foram construídas as primeiras casas.
As musas da União de moços Católicos
O prédio foi construído em 1850, para ser a residência de José Coelho Leal, um importante político cachoeirense. A família Coelho Leal era proprietária de toda a quadra onde está a antiga casa. Com a morte dos descendentes, em 1899 a casa foi vendida para o Clube Renascença, que permaneceu ali até 1924.
Naquele ano, o Clube Renascença adquiriu a residência de Balthazar de Bem e transferiu-se para lá com o nome de Clube Comercial Cachoeirense. O prédio foi comprado pela Mitra Diocesana de Santa Maria e, no dia 15 de agosto de 1926, foi fundada a União de Moços Católicos. A União era uma entidade assistencial que promovia várias atividades, possuía uma escola noturna para adultos e crianças e um departamento de assistência médica. Hoje, o local é ocupado por um prédio de apartamentos. Foi preservado o frontão, com as famosas musas gregas.