Pavilhão da Schmidt no Bairro Noêmia: obra de mais de R$ 1 milhão vai criar o pólo calçadista de Cachoeira do Sul
A Prefeitura Municipal está literalmente pagando para ver o crescimento de Cachoeira do Sul. Através do Programa de Desenvolvimento Industrial (Prodic), o Executivo concede incentivos fiscais, financeiros e físicos para que empresas se instalem ou aumentem sua estrutura na cidade, gerando mais empregos e contribuindo para o aquecimento da economia local. Esse programa de incentivos está possibilitando que Cachoeira forme seu primeiro pólo calçadista, garantindo a atração de uma planta industrial da Schmidt Calçados, que receberá até o final de 2006 um pavilhão no Bairro Noêmia.
Esse prédio é o incentivo garantido pela Prefeitura para trazer uma indústria com potencial para gerar 400 empregos diretos e atrair ainda outras empresas sistemistas. A construção do pavilhão está custando aos cofres públicos cerca de R$ 1,65 milhão. A empresa ficará responsável pelo aparelhamento da unidade, tanto na parte industrial como na administrativa.
O Prodic, entretanto, não vai acompanhar apenas a chegada de empresas novas, mas também participar como fomentador do crescimento de indústrias cachoeirenses. É o caso da Mebelflex, que receberá um terreno próximo ao trevo de acesso à cidade pelo norte, próximo da empresa Horbach. Lá será erguida a nova fábrica de móveis da Mebelflex.
O prefeito Marlon Santos não é totalmente favorável à guerra fiscal e de incentivos entre os municípios, mas reconhece ser a política de incentivos “algo estritamente necessário para alavancar o desenvolvimento de Cachoeira. O dinheiro que gastamos ou deixamos de arrecadar agora se converterá em empregos e, conseqüentemente, numa maior geração de tributos no futuro”, assinala ele. “Não tenho dúvidas de que todos os investimentos compensam e que serão pagos com o crescimento da cidade”.
O prefeito Marlon Santos acredita que a instalação da fábrica da Schmidt Calçados em Cachoeira do Sul será o primeiro passo para transformar a cidade num pólo não somente do setor calçadista, mas também do coureiro. Sua confiança cresceu ainda mais com o andamento das atividades da Pingüim, a primeira sistemista da empresa de Campo Bom que entrou em funcionamento no Bairro Noêmia. O Atelier de Calçados Pingüim, que começou a funcionar em janeiro de 2006, com uma produção de 300 pares de solas e saltos por dia, está agora com uma produção diária na ordem de 1,6 mil conjuntos. A empresa, com matriz na cidade de Dois Irmãos, de propriedade de Marino Bender, conta atualmente com 60 colaboradores trabalhando em duas esteiras. Os números tendem a aumentar a partir da abertura da Schmidt. A construção do pavilhão da Schmidt já domina a paisagem do Noêmia com seus 3,6 mil metros quadrados de área. Deve ficar pronto na virada de 2006 para 2007.
MEBELFLEX
• O empresário Luiz Astor Wallauer pretende investir R$ 10 milhões na expansão da Mebelflex, indústria de móveis para escritório que fica no Bairro Marina. Proprietário da empresa há dois anos, ele salienta que o investimento vai proporcionar capacidade de entrar em um novo mercado, o de produtos residenciais, como cozinhas e quartos. Com o crescimento, virá a geração de empregos: a fábrica possui um quadro de 80 funcionários e deverá abrir mais 200 vagas, no mínimo.
• Além de uma grande estrutura que Wallauer planeja construir para a Mebelflex, a empresa contará com maquinário nacional e importado, provido de tecnologia de ponta. Atualmente, os móveis produzidos em Cachoeira atendem o mercado interno e também são exportados para países das Américas Latina e Central, Europa e África. Na nova fase, o empresário projeta vendas para os Estados Unidos. Ele obteve com a Prefeitura uma área, próxima ao Horbach, para instalar o complexo. A intenção é iniciar as obras em 2007. A ampliação da Mebelflex reforça a formação de um pólo moveleiro. Em 2005 já foi implantada na cidade a planta industrial da Bella Casa.
AGROPERTENCES
• Tradicional indústria do ramo agrícola, a Agropertences aposta em novos produtos para escapar da crise do agronegócio, que nos últimos anos vem atingindo empresas ligadas ao setor. Desde o começo de 2006, a indústria cachoeirense fabrica chassis e componentes para a usina móvel de asfalto da empresa Terex, de Cachoeirinha.
• A parceria com a Terex garantiu a empregabilidade da empresa. Hoje, a Agropertences possui 50 funcionários. Sem o novo mercado, o número seria inferior à metade. O sucesso do novo empreendimento viabilizou a construção de um pavilhão para a nova linha de produção. A empresa investirá R$ 1 milhão no prédio e 3,15 mil metros quadrados. Com a obra, o complexo da empresa chegará a 20 mil metros quadrados de área construída. A Prefeitura já aprovou a pavimentação da Rua Olavo Bilac, permitindo um melhor acesso ao novo pavilhão.
PEQUENA EMPRESA
• A Prefeitura lançou edital para pequenos empreendedores participarem do programa de incubadoras, localizada no Distrito Industrial, que garante boxes com luz, água e telefone para pequenos negócios se estabelecerem. O período de permanência da empresa pode variar entre um e três anos. São 10 vagas. Cada sala possui 40 metros quadrados. Haverá também 15 vagas para empresas que já tenham seu próprio prédio. A Prefeitura também oferece incentivos financeiros (aluguel e IPTU), estrutura, incentivos fiscais (ISSQN, ITBI, ICMS), microcrédito, garantia RS (da Caixa Federal, de até R$ 5 mil) e crédito do BRDE.