Rebanhos da Catanduva: biotecnologia é hoje uma das ferramentas mais importantes do desenvolvimento pecuário
O número de cabeças de gado e de ovinos de Cachoeira do Sul apresenta uma significativa redução em relação à década passada, conforme mostra um levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mas esse detalhe estatístico é acompanhado de uma excelente notícia, a qualificação dos animais. Hoje, cabanhas de Cachoeira do Sul vencem certames pecuários nacionais e levam o nome do município para junto dos grandes centros criatórios da América Latina.
Atualmente, Cachoeira é uma referência nacional na criação de rebanhos, principalmente após a aplicação de modernas tecnologias para o melhoramento genético das raças. Essa posição será consolidada nos próximos anos, pois as cabanhas cachoeirenses preparam-se para tornarem-se grandes exportadoras tanto de animais como de sêmen e de embriões.
Depois da inseminação artificial, já uma prática comum nas fazendas, os criadores começam agora a prestar mais atenção na transferência de embriões, como é o caso, por exemplo, das cabanhas Catanduva (entre os bovinos) e dos Pinheiros (entre os ovinos). Essa biotecnologia desponta no cenário mundial como uma das ferramentas mais importantes para o desenvolvimento da pecuária, já que possibilita o melhoramento genético dos rebanhos de uma maneira muito rápida. Seus resultados, de acordo com o relatório anual da International Embryo Transfer Society (IETS), são melhores do que a inseminação artificial para taxas de concepção.
Ao mesmo tempo em que investem no melhoramento genético dos animais, os pecuaristas cachoeirenses não descuidam da sanidade e do manejo, incluindo a alimentação. Diversos estudos têm sido realizados, em parceria com universidades, para encontrar as pastagens mais indicadas para cada raça, de acordo com a localização e o tipo de solo das propriedades. A conjugação entre campo nativo melhorado e espécies selecionadas pelo valor nutritivo permite um ganho de peso mais rápido aos bichos, que são vacinados constantemente e recebem acompanhamento veterinário para controle de enfermidades.
A transferência de embriões tem o potencial de ser utilizada rotineiramente em sistemas de produção que utilizam animais mestiços e que procuram manter sempre o mesmo grau de sangue no rebanho, preservando o vigor híbrido (a produtividade dos bezerros é superior à média dos pais) e facilitando o manejo. O uso de hormônios para sincronizar o cio das vacas e o aperfeiçoamento da biotecnologia de definição do sexo do embrião antes do nascimento são outras possibilidades de uso.