Cachoeira do Sul sempre foi um centro importante no cenário econômico do setor primário brasileiro, principalmente das lavouras de arroz, tanto que conquistou o título de capital nacional do cereal, desde o tempo em que possuía a maior produção, há mais de 70 anos. A tecnologia e as modernas formas de manejo estão fazendo com que o município esteja retomando, em plena crise do agronegócio brasileiro, o seu lugar no grupo de elite em produtividade no Rio Grande do Sul. Isso depois de, durante muitas décadas, ter sofrido bastante com o arroz vermelho, que limitou o rendimento da lavoura.
A recuperação conseguida nas últimas safras se deve ao investimento feito pelos produtores, que enfrentam com coragem a crise que assola a agricultura no país e que provocou redução na área plantada. Os baixos preços praticados pelo mercado ajudaram na conscientização dos agricultores sobre a necessidade de tornarem suas fazendas verdadeiras empresas rurais. Além da preocupação com a venda do arroz, eles devem seguir procedimentos básicos de cultivo - como os orientados pelo Instituto Riograndense do Arroz, através de seu Projeto 10.
“Aumentar a produtividade é o que nos resta”, salienta o presidente da União Central de Rizicultores (UCR), Gilmar Freitag, dizendo que todos os programas que visam aumento do rendimento nada mais são do que a reunião de ações simples e eficazes que podem e devem ser tomadas por todos os arrozeiros, como plantar no tempo certo, semear na densidade correta e usar as variedades mais adequadas à época de plantio, além de realizar um manejo eficiente da água. Através de palestras, dias de campo e até acessando a internet, os produtores têm acesso a essas informações essenciais para a eficiência de sua atividade.
Conforme dados do Irga, na safra 2005/2006, Cachoeira do Sul plantou 38.373 hectares de arroz. A produtividade, confirmando as projeções, ficou em 6.485 quilos por hectare. Na comparação com a safra anterior, de 2004/2005, houve um aumento na ordem de 2,77%. O percentual pode parecer pequeno, mas representa a produção de 35,7 mil sacos - quase 1,8 mil toneladas - a mais do cereal. A produção total ficou em 248.848 toneladas. Se as chuvas excessivas em outubro de 2005 não tivessem retardado o plantio, os agrônomos entendem que os números seriam ainda melhores.
Safra | Área | Produção | Produtividade |
1999/2000 | 29.825 hectares | 185.213 toneladas | 6.210 quilos por hectare |
2000/2001 | 29.825 hectares | 162.671 toneladas | 5.454 quilos por hectare |
2001/2002 | 33.509 hectares | 199.010 toneladas | 5.939 quilos por hectare |
2002/2003 | 34.009 hectares | 151.204 toneladas | 4.446 quilos por hectare |
2003/2004 | 38.488 hectares | 222.422 toneladas | 5.779 quilos por hectare |
2004/2005 | 40.354 hectares | 247.061 toneladas | 6.310 quilos por hectare |
2005/2006 | 38.373 hectares | 248.848 toneladas | 6.485 quilos por hectare |