Berço do cultivo de arroz irrigado no Brasil, Cachoeira do Sul procura se manter atualizada e investindo na busca de alto rendimento, baixo custo de produção e melhor qualidade dos grãos. Com esses objetivos, o Instituto Riograndense do Arroz (Irga) mantém uma estação experimental no Capané, junto à barragem, mas muitas lavouras particulares também são verdadeiros laboratórios.
Um bom exemplo é o da Fazenda Guajuvira, do produtor Paulo Menezes, que já alcançou produtividades acima de 15 toneladas por hectare e vem obtendo médias acima de 11 toneladas por hectare nos últimos anos. Segundo o proprietário, o bom desempenho é um reflexo das condições climáticas e das técnicas de manejo aplicadas na lavoura. “É um conjunto de ações bem administradas que garantem a resposta do solo e das plantas”, ensina o orizicultor.
Adotando o sistema de plantio prégerminado e utilizando sementes e orientações da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina, Paulo promove algumas experiências na sua fazenda, como a adubação orgânica feita com esterco de galinha. Além disso, adapta técnicas próprias, como tanques monitorados para germinação de sementes, rolo para preparo do solo e um sistema eficiente de irrigação.
Os resultados já motivaram a Guajuvira a sediar vários dias de campo, quando outros agricultores interessados podem agregar conhecimento para atingir a alta produtividade. Segundo Paulo Menezes, nestes tempos difíceis para o setor primário, em que reduzir custos é uma obrigação, fazer um planejamento estratégico de acordo com a propriedade, em busca da viabilidade financeira, torna-se uma lei. “Quem não fizer isso, acabará quebrando”, avisa ele.
O produtor Enídio Vogel é outro que se destaca na atividade pela evolução qualitativa de sua lavoura. Conselheiro do Irga para Cachoeira do Sul, ele foi um dos pioneiros no município na aplicação da rotação de culturas como forma de limpar a área com arroz vermelho e buscar alternativas de renda para a produção em várzea, alcançando resultados acima da média geral. Esse também é o caso da família Milbradt, que não apenas vem utilizando alta tecnologia nas suas lavouras na Porteira Sete, à margem direita do Rio Jacuí, como ainda abre espaço para experimentos de empresas de insumos e cultivares.
Lavoura de arroz: origem de 60% da riqueza gerada em Cachoeira do Sul
• O produtor José Lagê Ferrari planta em quatro propriedades arrendadas no Barro Vermelho e em Dorasnal que somam perto de mil hectares.
• A família Milbradt utiliza terras próprias para cultivar 720 hectares de arroz na Várzea do Castagnino.
• Astor Wallauer colheu arroz nesta última safra em fazendas localizadas em Santa Bárbara, Coxilha Bonita e Capané, além de arrendar para outros agricultores.
• Egon Walter e seus filhos plantam aproximadamente 500 hectares em áreas próximas ao acesso para o Irapuá, desde as margens da BR 153 até Boa Vista.