Programa Primeira Infância Melhor acompanha a evolução do crescimento e da saúde individual e social das crianças dos bairros e periferia
Mudar a imagem do Sistema Único de Saúde (SUS), na maioria das vezes ligada a imensas filas para marcação de consultas, demora nos atendimentos, falta de medicamentos e serviços prestados por profissionais mal-humorados, vem sendo o grande objetivo da Secretaria Municipal de Saúde e Meio Ambiente. A missão ainda é maior em se tratando da criança, onde os cuidados iniciam mais cedo.
Entre as estratégias adotadas está a captação de mulheres grávidas por todos os funcionários da pasta. “Não importa se são médicos ou enfermeiros ou se trabalham na cozinha ou como motoristas, todos estão orientando as gestantes que encontram a procurarem acompanhamento nas unidades sanitárias”, destaca a titular da SMSMA, Jaqueline Teixeira, acrescentando que também foi aumentado o número de ecografias mensais, que antes ficava numa média de 30: agora são disponibilizadas até 100.
A medida possibilita que cada gestante realize as sete ecografias recomendadas durante a gravidez. Com o monitoramento pré-natal, pode se identificar mais cedo algum risco para a mãe ou o bebê e tomar as providências necessárias. Foram ampliadas as visitas e atendimentos domiciliares, inclusive na área rural, com médico, enfermeiro e técnico em enfermagem. Na cidade, a equipe do Programa de Agentes Comunitários de Saúde (Pacs) ganhou o reforço da turma do Primeira Infância Melhor (PIM), que executa um trabalho com gestantes e crianças até seis anos de idade.
E há mais: gestante com dor tem prioridade no atendimento em qualquer unidade sanitária, independentemente do fato de ter agendado consulta ou não. Dentro do programa Viva Criança, a cada criança que nasce no Hospital de Caridade e Beneficência, a Saúde é informada e envia o registro para a unidade sanitária referenciada - aquela onde foi realizado o pré-natal. Daí, é feito um acompanhamento para verificar se o bebê recebe as vacinas e faz exames, como o teste do pezinho. Em caso de atraso, há uma visita domiciliar para avaliar a situação. Se for preciso, até o Conselho Tutelar e o Ministério Público são acionados. Um cuidado ainda maior é dispensado para aquelas crianças consideradas de risco.
Tanta preocupação tem razão de ser. Em 2005, o Coeficiente de Mortalidade Infantil (CMI) de Cachoeira do Sul subiu para 18,2, contra 7,9 do período anterior. Foram 22 mortes de crianças nascidas vivas e que não chegaram a completar um ano. Esse indicador é um dos mais importantes índices de qualidade de vida do mundo. Em 2006, até outubro, já foram registrados 17 óbitos. Para entender o aumento dos números, o SUS instituiu o Comitê Contra a Mortalidade Materno-infantil e Fetal, onde são investigadas as causas e as responsabilidades e, sobretudo, obter subsídios para evitar que a perda se repita com outras crianças em situação parecida.
O poder público tenta levar o mais longe possível a rede de proteção à criança
MULHER
• O programa Saúde da Mulher foi criado para dar suporte às gestantes, durante toda a gravidez e também após o parto. Inclui exames e palestras sobre prevenção do câncer de mama e do colo uterino. Antes do parto, as participantes têm um encontro com o pessoal que trabalha na maternidade do HCB para conhecer quem estará junto na hora do nascimento do filho.
INVERNO
• Durante os meses de junho a agosto, período de maior incidência de problemas respiratórios em crianças por causa do frio, a SMSMA irá colocar um pediatra de plantão no pronto-atendimento da US 1 (junto ao INSS). O profissional irá ficar disponível no local diariamente, das 19h às 22h. A medida faz parte do programa Inverno Gaúcho com Saúde.
GORDINHOS
• A SMSMA mantém um grupo para obesos mirins, que se encontram na US 1 e são acompanhados por uma nutricionista.
AIDS
• Filhos de mães soropositivas recebem um acompanhamento especial na US 3 (antigo Hospital da Liga), onde funciona o Ambulatório Vida. No local, atendem clínico geral, pediatra, psicólogo, nutricionista, enfermeiro e técnico em enfermagem. Até dois anos de idade, são feitos exames para verificar se a criança também terá problemas no seu sistema imunológico. A importância de diagnosticar a Aids precocemente em gestantes está no fato de que já existe medicação que impede a transmissão do vírus para o nenê.
DENTISTA
• O serviço de odontopediatria inclui palestras e atendimentos às crianças de quase todas as escolas da rede municipal de ensino, além de moradores das vizinhanças. Os menores também podem agendar consultas para atendimento junto à US 3.
PIM
• O programa Primeira Infância Melhor (PIM) está atendendo, de início, 250 famílias nos bairros Virgilino Jayme Zinn, Promorar, Habitar-Brasil e Bom Retiro. O trabalho dos 11 visitadores, voltado especialmente para gestantes e crianças com até seis anos de idade, inclui conversas sobre a importância da amamentação dos nenês e de uma alimentação o mais variada possível para as crianças e oficinas onde os menores aprendem a confeccionar seus próprios brinquedos, de preferência acompanhados pelos pais. Destacando essa interação nas famílias, a iniciativa também conta com a participação de assistente social, psicóloga, fonoaudióloga, fisioterapeuta e suporte do restante da equipe da SMSMA, que planeja estender o PIM para mais três bairros: Cristo Rei, Tupinambá e Santo Antônio (Beco dos Trilhos).