Passeio pelo rio: sempre há uma novidade que foge da atenção nas visitas anteriores
Cada pessoa tem seu gosto, mas o melhor período para passear pelo leito do Jacuí parece ser entre os meses de setembro e março. No outono e no inverno, além de não existirem flores na vegetação ciliar, os insetos ficam se escondendo das temperaturas mais baixas, o que acaba atraindo menos pássaros. Isso sem contar que o rio não combina muito com o vento frio e a cerração, característicos dessas estações.
Cada passeio pelo Jacuí tende a ser único. Ainda que se percorra a mesma extensão em dias próximos, com condições climáticas parecidas e nos mesmos horários, cenas diferentes acontecerão. Pode ser o nível que está mais baixo, deixando à mostra ilhotas antes cobertas, bando de pássaros, árvores frondosas da mata ciliar, o salto dos peixes na água que reflete os raios do sol e até mesmo situações curiosas, como a de um capataz de uma propriedade ribeirinha de Alta Boa Vista que rema contra a correnteza, procurando o corpo de um boi que morrera há algumas semanas.
Embora tenha se criado no local, para onde retornou há três meses, depois de trabalhar durante certo tempo em outras funções, José Carlos Alves de Souza, que sucede o pai - agora aposentado - na atividade, não costuma aventurar-se no rio. “Sou um homem do campo, da lida com os animais e do cultivo do solo”, defende-se ele, despedindo-se para retomar sua breve jornada pelas águas barrentas do Jacuí.