Concorrência com carne subsidiada do Uruguai é o maior obstáculo
Quarta mais importante atividade da cadeia do agronegócio cachoeirense, a ovinocultura vive um momento de recuperação, após quatro anos de baixa na produção do setor. Assim como os demais segmentos do setor produtivo, a ovinocultura também sente os efeitos nefastos da falta de incentivos e da alta carga tributária aplicada sobre a agropecuária.
Além disso, os produtores cachoeirenses e gaúchos são obrigados a enfrentar a concorrência desigual com a carne que chega do Uruguai, informou o presidente do Núcleo de Criadores de Ovinos de Cachoeira do Sul, José Luiz de Oliveira Pedroso. “A ovinocultura local já viveu dias melhores”, declarou o produtor.
De acordo com o dirigente do núcleo, além de receberem incentivos oficiais, os ovinocultores uruguaios importam reprodutores e matrizes de alta qualidade produzidos no estado. Com isso, conseguem largar na frente na corrida por mercados importantes, como a União Européia, onde a ovelha do Uruguai está entrando com força. “É uma bola nas nossas costas”, lamenta Pedroso.
Outro detalhe que tira o sono dos produtores é a baixa qualidade da carne que os uruguaios exportam para o Brasil. “A qualidade não é boa, mas é subsidiada, o que assegura um preço menor ao consumidor”, explicou o presidente do núcleo. O quilo da carne ovina gaúcha está chegando hoje aos açougues a um preço médio de R$ 7,50, enquanto o da uruguaia custa R$ 2,00 a menos. “É impossível praticar preços menores com a alta carga de tributos que os produtores precisam pagar”, completa.
FORÇA PECUÁRIA | |
Maiores rebanhos cachoeirenses | |
Rebanho | Cabeças |
Bovinos | 189.635 |
Ovinos | 59.873 |
Suínos | 10.216 |
Eqüinos | 4.746 |
Fonte: IBGE/2006 |