Granol, Grandiesel e calçadistas vão alavancar, e muito, o retorno do ICMS
O poder econômico de um município, indicador que traduz qualidade de vida para os cidadãos, está intimamente relacionado ao retorno de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS). Em 2006, Cachoeira do Sul contabilizou R$ 444,3 milhões na adição de valor aos produtos que foram comercializados e tiveram que contribuir com o ICMS.
As novas indústrias, especialmente Granol, Grandiesel e calçadistas, ainda estão de fora dos cálculos, pois a tabulação dos dados é feita após o encerramento de cada ano fiscal. Por se tratar de empresas que agregam bastante valor na matéria-prima utilizada, a expectativa é de que o retorno de ICMS para Cachoeira do Sul tenha uma recuperação expressiva a partir de 2008 e 2009.
As indústrias não revelam seus segredos financeiros, mas estimativas simples podem confirmar o ânimo promissor. A Granol e a Grandiesel estão se preparando para industrializar futuramente cerca de 600 mil toneladas de soja por ano. Esse volume de grãos, na sua forma in natura, custará cerca de R$ 360 milhões (com base na cotação da soja no mês de setembro de 2007). Depois de passar pelo complexo industrial, a soja bruta dará forma ao farelo e ao óleo de soja. Nesse processamento o valor agregado deverá ficar em pelo menos 35%, o que irá impactar em quase R$ 126 milhões na soma do valor adicionado. A situação das indústrias calçadistas é bem semelhante, pois elas irão transformar couro e material sintético em sapatos, uma agregação de valor muito significativa.
SETORES - Segundo o chefe da agência da Fazenda do Estado em Cachoeira do Sul, Geraldo Ache, a produção rural é a principal alavanca da agregação de valor aos produtos. Dos R$ 444,3 milhões agregados em 2006, pouco mais de R$ 194 milhões (43,7%) correspondem à produção rural. A agropecuária é tão importante para Cachoeira do Sul que garante para o município a oitava colocação entre as cidades que têm maior participação de retorno de ICMS no setor produção rural. A indústria agregou em 2006 outros cerca de R$ 170 milhões ao valor adicionado, ficando para o setor do comércio a soma de outros cerca de R$ 80 milhões.
Adição de riqueza ao produto, entretanto, não está obrigatoriamente ligada ao fato de pagar mais ICMS. Segundo o chefe da agência da Fazenda de Cachoeira do Sul, Geraldo Ache, grandes empresas pagadoras de ICMS estão de fora da lista dos maiores agregadores de valor. “No caso da Granol, que transforma soja bruta em alimento ou até em biodiesel, a agregação de valor será muitas vezes maior do que o registrado na maioria dos estabelecimentos comerciais, onde também há o pagamento de ICMS, mas a margem de lucro é bem menor”, ensina.