Empresário do ramo de distribuição de bebidas, Francisco Pereira de Oliveira, 57 anos, não quer saber de e-mails. O computador amarelado que mantém sobre a mesa do escritório da Distribuidora de Bebidas São Francisco, na Avenida João Neves da Fontoura, é utilizado apenas quando ele sente vontade de ouvir algum forró. “Eu não preciso dele para trabalhar”, disse Oliveira.
Mas não é porque o empresário não gosta de internet que ele não a utiliza. “A gente não tem conhecimento”, alegou. Oliveira, entretanto, tem visão do futuro: “Não tem jeito, um dia será inevitável: terei que cair na rede”. Por enquanto, afirma o filho de Francisco, Jardel Gonçalves, que trabalha com ele na empresa, a maior parte dos clientes não possui nem computador. Os pedidos são feitos na maneira convencional.
A falta de computador na periferia de Cachoeira do Sul ainda é um problema, reconheceu o secretário municipal da Indústria e Comércio, Homero Tatsch. De acordo com ele, existem poucos terminais instalados pelos bairros da cidade, onde vive a população de menor poder aquisitivo. O cenário só não é pior porque o acesso à internet, por exemplo, é facilitado. “Embora não tenha micro em casa, o cachoeirense encontra diversas alternativas de acesso à rede, como as lans houses, que proliferam cada vez mais pela cidade”, lembrou o secretário.