A Transporte Nossa Senhora das Graças (TNSG), concessionária do transporte coletivo urbano de Cachoeira do Sul, prepara-se para o futuro sintonizada com o novo momento da economia municipal. Além de renovar sua frota, que atualmente é de 42 coletivos, dentro de dois anos a empresa precisará também ampliá-la, tendo em vista a tendência de aumento do número de usuários transportados, que hoje chega a quase meio milhão de pessoas por mês. Para atender a um mercado em aquecimento, a TNSG planeja já para 2008 uma renovação de 25% da frota. Um investimento de R$ 2,4 milhões será feito para a aquisição de 10 novos ônibus, que sairão da fábrica equipados com novidades que ajudam a reduzir o impacto ambiental, explicou o diretor da TNSG, Waldir de Souza. Os coletivos terão motores eletrônicos, que reduzem a emissão de poluentes na atmosfera, completou. Outra novidade dos novos carros, que passarão a circular pelas ruas de Cachoeira do Sul em 2008, serão as câmeras internas, que deverão garantir mais segurança aos usuários. De acordo com Souza, o sistema já está sendo testado em dois coletivos. Com o monitoramento, a empresa controla com mais eficiência o que se passa dentro dos ônibus e poderá fiscalizar com mais rigor o atendimento que seus funcionários dispensam aos usuários, declarou o diretor.
ÔNIBUS DO FUTURO
O que os coletivos já têm
Bancos estofados individuais Balaústres recapados e anatômicos, assegurando mais segurança à saúde do usuário Piso antiderrapante, feito com produto importado que não retém impurezas e resíduos Placas indicativas de roteiro nas portas de acesso Painéis internos com sistema eletrônico de informações sobre itinerários
Lixeiras Catracas eletrônicas Câmeras de TV (transporte seletivo) Ar-condicionado Exaustor interno Vidros fumê Pinturas externas com pontos turísticos e históricos da cidade No futuro: monitoramento interno e de deslocamento via satélite (GPS)
Frota deve ser ampliada em dois anos
Com o processo de industrialização, o poder aquisitivo dos cachoeirenses deve aumentar e, com isso, as pessoas devem circular mais. O diretor da TNSG estima que em dois anos a empresa precisará ampliar sua frota de ônibus para poder atender um número bem maior de passageiros. Isso ainda não ocorreu porque as duas maiores empresas que instalaram-se em 2007 na cidade, Granol e Schmidt, ainda não estão utilizando toda a mão-de-obra disponível no mercado local.
Outro detalhe importante, segundo Waldir de Souza, é que empresas do porte da Granol, por exemplo, não costumam utilizar sistemas de transporte coletivo, pois preferem ter sua própria logística para a condução de trabalhadores. Isso se deve em parte à falta de confiança dos empresários no transporte coletivo, que não opera adequadamente, principalmente nos grandes centros. Aos poucos, no entanto, a TNSG está desfazendo esse conceito. "Vamos ganhar a confiança das grandes empresas, provando que é possível oferecer um transporte de passageiros eficiente e de qualidade", destacou.
Paradas inteligentes e terminal central
O futuro do transporte coletivo é digital. Tanto que a concessionária do serviço de transporte de passageiros de Cachoeira do Sul já antevâ sistemas modernos de comunicação e operação para a cidade. As paradas inteligentes são uma das novidades. Elas terão câmeras que permitirão o monitoramento em tempo real de horários, movimentação de usuários e outras informações sobre o serviço.
A implantação das novidades depende de autorização do poder público, que detém a concessão do serviço, explicou o diretor da TNSG, Waldir de Souza. Para que modernidades como essa saiam do papel, Cachoeira do Sul precisaria ingressar definitivamente no mapa digital do mundo, com sistemas mais potentes de transmissão de dados. Com o que existe hoje, é impossível imaginar esses novos serviços funcionando.
Como a geografia urbana de Cachoeira do Sul não favorece ao transporte coletivo, a criação de um terminal central seria uma das saídas para solucionar o problema de um usuário que mora nos bairros da zona leste, por exemplo, e que ainda precisa tomar ônibus que rumam primeiro para a zona norte, para depois chegar ao Centro. O diretor da TNSG reconhece que isso aumenta o trajeto e a duração da viagem, que poderia não passar de 10 minutos se houvesse linhas entre os bairros do leste e a área central.
O terminal na Praça Honorato, por exemplo, resolveria isso, pois além de convergir para o Centro, o usuário teria um ponto de referência para embarcar em qualquer linha e retornar para casa, detalhou o diretor. Para que o terminal de passageiros possa ser implantado, além de investimento em estrutura, a empresa precisaria de autorização da Prefeitura.
Bilhetagem eletrônica
Um dos grandes entraves para que empresas e sistema de transporte coletivo acertem os ponteiros são os problemas decorrentes do mau uso do vale-transporte, um benefício social que o empregador banca em parceria com o trabalhador. Há quatro anos, a TNSG adotou o sistema de bilhetagem eletrônica, que aposentou as fichas de ônibus, as quais chegaram a virar moedas paralelas, utilizadas em todo tipo de transação.
Com o sistema informatizado, a empresa conseguiu socializar o vale-transporte, assegurando que ele cumpra realmente com o seu papel, sem acarretar mais ônus ao empregador, salientou o diretor da TNSG. Diariamente, a concessionária e a Prefeitura podem obter dados precisos sobre o transporte coletivo.
NÚMEROS
42 coletivos
186 funcionários
490 mil passageiros transportados/mês
320 mil passageiros pagantes transportados/mês
34% de gratuidade
87.700 passageiros transportados gratuitamente/mês
21.300 são estudantes que pagam 50% da tarifa
70% da empresa encontra-se informatizada