Cachoeira do Sul ingressa na segunda década do novo milênio com um olho voltado para o futuro, investindo - através do poder público e da iniciativa privada - na preparação da infraestrutura necessária para catapultar o crescimento urbano com qualidade de vida para seu povo. Para tanto, não apenas a comunidade tem mobilizado sua força política para abrir caminhos às empresas de capital particular, com mudança de leis e incentivos fiscais, como também impondo seu enorme capital eleitoral para garantir projetos da esfera pública.
O cachoeirense já aprendeu a conviver com o que se convencionou chamar de superobras. Nos últimos meses a cidade viu erguer-se do chão os prédios do novo Fórum de Justiça e a nova casa do Ministério Público, ao mesmo tempo em que viu duplicar a malha asfáltica no espaço urbano. Nos próximos anos a cidade já contabiliza a chegada do campus da Universidade Federal de Santa Maria e a nova unidade industrial da Screw. Não se trata apenas de concreto, ferro e tijolo, mas toda a consequência que cada uma destas obras traz para a sociedade cachoeirense, como geração de emprego e renda, liderança regional e avanço tecnológico.
Um dos projetos já iniciados e com expectativa de se completar ainda em 2010 é o plano habitacional popular do empreendedor Carlos Nazário, que deu início à construção de 160 apartamentos pelo programa Minha Casa, Minha Vida em um terreno da Rua Conde de Porto Alegre. O canteiro de obras possui 14 mil metros quadrados. Serão erguidos oito blocos de 20 apartamentos cada um, num investimento de R$ 7 milhões. Durante a fase de maior empenho da obra serão gerados 80 empregos na mão-de-obra.
Os apezinhos serão exclusivamente para cidadãos que se enquadrarem na faixa de renda de zero a três salários mínimos e que se inscreveram no cadastro da Secretaria Municipal de Trabalho e Ação Social, onde um total de 1.985 interessados aguarda a definição da fórmula de escolha dos contemplados. Para chegar à concretização deste projeto foi necessário mudar a legislação vigente, facilitando o investimento - um trabalho que envolveu as principais lideranças políticas municipais em um consenso que contou com o apoio da cidade.
Outro exemplo de ampla cirurgia urbana é o Bairro Noêmia, que está passando por uma transformação física e social com a gama de investimentos que chegaram nos últimos anos somados aos projetos para um futuro próximo.
O maior volume de recursos está destinado ao saneamento básico, financiado pela Corsan junto ao Governo Federal através do Plano de Aceleração do Crescimento, o já popularmente conhecido PAC I. O investimento previsto é de R$ 9,7 milhões para a instalação de redes de esgoto, atendendo a 11 mil famílias do bairro mais populoso do município. Além disso, já foi aprovado em Brasília pelo Governo Federal o projeto de construção de um ginásio municipal no local de convivência mais tradicional do bairro, o Campo da Bica. Para tanto, os cofres federais garantiram R$ 300 mil.
As mudanças de destino do mais populoso bairro de Cachoeira do Sul iniciaram ainda em 2007, com a inauguração do pavilhão industrial hoje ocupado pela Schmidt Calçados. Ponto inicial de um planejado polo calçadista, a Schmidt ocupa um prédio construído pela Prefeitura Municipal que custou aos cofres R$ 2 milhões. O Noêmia, entretanto, começou a ser valorizado no início da década com o asfaltamento de vários trechos de rua no bairro. E vem mais asfalto por aí. Um trecho de 1,6 quilômetro da Rua Ernesto Pertile, ligando o trevo ao lado do Clube Comercial até a Rua Ricardo Schaurich, será asfaltado, unindo os bairros Tibiriçá, Santa Terezinha e Noêmia. Em outro investimento, R$ 3,5 milhões serão usados para a canalização de duas sangas que separam estes bairros.
VOLTA DA CHARQUEADA - Um dos projetos mais esperados para este ano é o asfaltamento do trecho de nove quilômetros da Volta da Charqueada, obra que deve facilitar o transporte do produto que mais agrega valor em Cachoeira do Sul hoje - a soja, que é levada para o complexo da Granol em uma média de 100 caminhões por dia. Hoje o trecho, justamente pelo excepcional fluxo de cargas, está totalmente deteriorado. Após vencer muita burocracia, três empresas estão habilitadas na licitação para a obra, que deve ser concretizada ainda em 2010.
O asfaltamento, garantido pelo Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre, exigiu muita pressão política. E há explicação. A empresa Granol esmaga soja para fabricar biodiesel exportado para a Europa e recentemente venceu leilão para fornecer o combustível para o Governo brasileiro projetando ampliar sua produção atual em 100%, gerando maior retorno de valor adicionado para Cachoeira e também um incremento considerável no produto interno bruto (PIB). O asfaltamento da Volta da Charqueada exigirá um investimento federal na ordem de R$ 5,7 milhões.