O setor pecuário de Cachoeira do Sul evoluiu muito na última década, colecionando premiações em exposições e certames nacionais, tanto de ovinos quanto de bovinos. Hoje, cabanhas de Cachoeira do Sul levam o nome do município para junto dos grandes centros criatórios da América Latina. Atualmente, Cachoeira é uma referência nacional na criação de rebanhos, principalmente após a aplicação de modernas tecnologias para o melhoramento genético das raças. Essa posição será consolidada nos próximos anos, pois as cabanhas cachoeirenses preparam-se para se tornar grandes exportadoras tanto de animais como de sêmen e de embriões.
Depois da inseminação artificial, já uma prática comum nas fazendas, os criadores começam agora a prestar mais atenção na transferência de embriões, como é o caso, por exemplo, das cabanhas Catanduva (entre os bovinos) e dos Pinheiros (entre os ovinos). Essa biotecnologia desponta no cenário mundial como uma das ferramentas mais importantes para o desenvolvimento da pecuária, já que possibilita o melhoramento genético dos rebanhos de uma maneira muito rápida. Seus resultados, de acordo com a International Embryo Transfer Society (IETS), são melhores do que a inseminação artificial para taxas de concepção.
Ao mesmo tempo em que investem no melhoramento genético dos animais, os pecuaristas cachoeirenses não descuidam da sanidade e do manejo, incluindo a alimentação. Diversos estudos têm sido realizados, em parceria com universidades, para encontrar as pastagens mais indicadas para cada raça, de acordo com a localização e o tipo de solo das propriedades. A conjugação entre campo nativo melhorado e espécies selecionadas pelo valor nutritivo permite um ganho de peso mais rápido aos bichos, que são vacinados constantemente e recebem acompanhamento veterinário para controle de enfermidades.
A qualidade do rebanho ovino de Cachoeira do Sul pode ser dimensionada pela quantidade de prêmios conquistados nos últimos anos. Somente na Expointer, as cabanhas do município conquistaram mais de 50 rosetas na última década. Há cabanhas, como a Cerro Coroado, que atuam como parceiras de universidades em pesquisas científicas que visam melhorar a eficiência dos sistemas produtivos. Um dos estudos, com suporte técnico da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), apontou que, em piquete, os ovinos não preferem o pasto baixo, pensamento que já era um paradigma para a criação. Em pastagens com até 40 centímetros de altura os animais tiveram excelente ganho diário de peso, melhor do que com milheto de 10 centímetros. O rebanho cachoeirense é composto por várias raças, destacando-se corriedale, texel, hampshire down, suffolk e dorper.
O gado hereford da Fazenda Irapuá é outro orgulho de Cachoeira do Sul. Em 2001, quando iniciou as atividades pecuárias no município, Willy Haas Filho foi buscar em Bagé, berço do hereford no Rio Grande do Sul, os primeiros animais para formar o seu plantel. Depois de apenas cinco anos a Fazenda Irapuá exporta seus bovinos para aquele município, além de Aceguá, Dom Pedrito, Santa Vitória do Palmar, São Gabriel e Pantano Grande, entre outros destinos. Mais do que isso, a cabanha é considerada o melhor criatório da raça no país pela Associação Brasileira de Hereford e Bradford (ABHB). Cachoeira também é referência nacional em bovinos da raça red angus, mais precisamente no investimento do pecuarista Fábio Gomes e sua Cabanha Catanduva. Adotando um rigoroso sistema de controle da qualidade dos animais, a cabanha também coleciona prêmios em eventos como a Expointer e excelentes médias nos leilões. A pastagem nativa recebe adubação especial e é acompanhada de espécies selecionadas pelo valor nutritivo e período de crescimento, proporcionando um perfeito aproveitamento pelos bovinos red angus.