24 horas gerando emprego

Para cuidar da saúde dos pacientes, é preciso uma equipe formada por técnicos em enfermagem, enfermeiros e médicos. Mas não são apenas estes profissionais que fazem o Hospital de Caridade e Beneficência (HCB) funcionar 24 horas, atendendo todos os meses centenas de doentes em Cachoeira do Sul. Para garantir o atendimento à comunidade, o HCB precisa de profissionais como porteiros, auxiliares de limpeza, cozinheiras, telefonistas e auxiliares administrativos. Todos precisam trabalhar em sintonia para que o principal empregador de Cachoeira cumpra a sua missão.

De acordo com o administrador do HCB, Luciano Morschel, a oferta de novos serviços motivou a abertura de novas vagas de trabalho. Nos últimos anos, o HCB virou referência regional em neurocirurgia, implantou uma unidade de alta complexidade em oncologia e a ressonância magnética. Além disso, houve expansão de serviços como hemodiálise, UTI, pronto atendimento e cirurgias. “O pefil do HCB foi se modificando, ficando cada vez mais regional e de alta complexidade”, frisa Morschel.

Com 716 funcionários, o HCB possui a perspectiva de crescer mais nos próximos anos com a construção de um anexo com 8,8 mil metros quadrados, ampliando assim o número de salas de cirurgia, leitos de internação, leitos de UTI e serviços de apoio. Morschel airma que, quando o anexo funcionar a pleno, o quadro pessoal deve crescer 50%.

“Ser o maior empregador de Cachoeira do Sul não é o objetivo do HCB. O nosso foco como estratégia de hospital regional e de alta complexidade é atrair novos serviços, ampliar a capacidade de serviços e qualificar o atendimento com equilíbrio econômico-financeiro. E para isto acontecer, apresentamos um crescimento que nos coloca hoje entre os maiores empregadores do município”, explica Luciano Morschel, administrador do HCB.

De acordo com Morschel, a atração de empresas para gerar emprego e renda para o município é muito importante para o HCB. “Independentemente de quais sejam os maiores, o importante é que o somatório impulsione o nosso município no aspecto econômico e social”, avalia Morschel. Se a cidade cresce, ele observa que deve possuir uma estrutura hospitalar resolutiva e qualificada, o que ajuda na hora de atrair novos empreendimentos.

PONTO & CONTRAPONTO

com o administrador Péricles Purper Thiele, doutorando em Desenvolvimento Regional

Nos últimos anos, constatamos um crescimento de empregos no setor industrial com a instalação da Granol, a expansão da Screw e a vinda de indústrias calçadistas para Cachoeira. A cidade estava preparada para este crescimento?

•  “Sim. Justamente por causa da grande quantidade de boas instituições de ensino que temos na cidade. Mas acho que deveriam ser criados novos cursos técnicos que diversificassem a matriz produtiva e permitissem aos egressos abrirem seus próprios negócios. Desta forma, eles teriam ainda mais opções de crescimento financeiro e desenvolvimento pessoal. Assim, não teríamos somente a 'mão' qualificada, mas a pessoa”.

De que forma este crescimento do setor industrial contribui para alavancar os outros setores, como o comércio e os serviços?

•  “A indústria é o elo que gera o produto/mercadoria, agregando maior valor. Mas, a partir dele, será preciso que exista o responsável por comercializar e instalar o serviço. Se houver coerência entre estes elos, eles formarão um círculo virtuoso e trarão resultados positivos para a região”.

Cachoeira caminha para se tornar um polo de ensino superior. Isso contribui de alguma forma para a geração de empregos?

•  “Teoricamente, sim. Na prática, precisaríamos de uma pesquisa de mercado para responder”.