Cachoeira do Sul é referência mundial na cultura
Divinut: referência na América do Sul, Cachoeira ganhou por lei o título oficial do Estado do Rio Grande do Sul
Cachoeira do Sul é oficialmente a Capital Gaúcha da Noz-Pecã, direito reconhecido por lei estadual sancionada em 2022. O título é merecido pela comunidade cachoeirense pelo pioneirismo – que começou com Geraldo Linck – e pelo fato de ser o maior polo de produção, industrialização e genética (produção de mudas) da América Latina.
São 1,2 mil hectares cultivados, e em expansão, que tornam o município uma referência mundial na produção desse fruto. Além disso, Cachoeira, que já sedia a Associação Brasileira de Nozes, Castanhas e Frutas Secas (ABNC), ganha visibilidade com a lei, chamando a atenção dos mercados para a importância da cidade na produção de nozes-pecãs, gerando novos negócios e fortalecendo as marcas locais.
O maior viveiro do mundo de nogueiras-pecãs em raiz coberta, com 400 mil plantas nas diferentes fases do preparo, está no município. 100 mil dessas mudas estão em estufas, sendo já o maior contingente do planeta. No Brasil, quarto maior produtor mundial, o Rio Grande do Sul concentra 75% da produção e tem 6,7 mil hectares de pomares, 4,5 mil gerando frutos em escala comercial e 2,2 mil em diferentes fases de desenvolvimento.
CAPITAL SUL-AMERICANA
Cachoeira, por sua vez, é a maior produtora do fruto na América Latina e exporta para Europa, Américas, Ásia e Oriente Médio. Além disso, possui um banco tecnológico de compartilhamento sobre a cultura e as duas maiores processadoras do continente. A noz-pecã é a fruta símbolo do município, por lei municipal, que explora também o título informal de Capital Sul-Americana da Noz-pecã.
INSIGHT
A noz-pecã já é o grande destaque em crescimento nas exportações de Cachoeira do Sul para o mundo. De apenas 23 toneladas em 2021, as vendas externas subiram para 175 toneladas, com o valor evoluindo de 88 mil para 1,6 milhão de dólares. Desse total, 95% foi faturado pela empresa Divinut, que só exporta nozes beneficiadas ao preço médio de 10 mil dólares a tonelada. Para 2023, a expectativa da empresa é multiplicar por 10 a quantidade exportada. Paralelo 30, com cerca de 100 hectares em produção, e Pecanita, com mais de 700 hectares, também são exportadoras.
Pecanita: município concentra maiores viveiros, pomares, produções e indústrias do setor de noz-pecã
DIMENSÃO
A importância da noz-pecã para Cachoeira do Sul
PRODUÇÃO
O município deve colher em 2023 cerca de 1,6 mil toneladas de nozes, se o clima se comportar favoravelmente. Isto equivale a um terço das 4,7 mil toneladas estimadas para o Rio Grande do Sul neste mesmo ano.
GERAÇÃO DE EMPREGOS
A indústria e as áreas de produção de nozes-pecãs são responsáveis pelo fenômeno do surgimento dos empregos sazonais no município, no primeiro semestre de cada ano. O volume é crescente e acompanha o ingresso de mais áreas em fase produtiva. Estima-se que os safristas somem de 200 a 350 postos de trabalho por ano, com empregos de três a seis meses, geralmente entre março e julho, que, às vezes, são prolongados da colheita também nos olivais, que formam o outro grande braço de desenvolvimento da fruticultura em Cachoeira. A indústria é outro segmento da cadeia produtiva que abre contratos temporários a cada ano, pois precisa de muitas mãos atuando no período de beneficiamento, imediatamente após a colheita.
CADEIA
A cadeia produtiva da noz-pecã movimenta um conjunto de elos que vai desde a prestação de serviços, na implantação, colheita, manejos sanitários e de fertilidade dos pomares, bem como produção de mudas, até o beneficiamento e industrialização das nozes, o setor de máquinas e implementos e, portanto, gerando empregos e renda para produtores de portes variados até agricultores familiares. Movimenta soma importante de recursos financeiros nos diferentes elos da cadeia produtiva.
PEQUENOS PRODUTORES
Além das três grandes empresas do ramo, o município e a região têm cerca de 150 produtores em áreas de um a cinco hectares, em média, que colhem e vendem os frutos para a Divinut e a Pecanita. Além dos processamentos locais, para atender diretamente o varejo ou indústrias de alimentos, essas empresas têm parcerias para o lançamento de linhas especiais para culinária ou consumo direto.