Mesmo sem contar com 100% da capacidade de escoamento da Ponte do Fandango, volume beneficiado cresceu 14,1%
A s três indústrias de arroz de Cachoeira do Sul tiveram um desempenho significativamente melhor em 2022 segundo o ranking anual completo do beneficiamento e saídas do grão do estado divulgado pelo Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga). Trevisan Alimentos, Indústria de Alimentos Treichel e Engenho Moraes transformaram mais matéria-prima das lavouras locais e regionais em arroz branco, dos diferentes tipos, parboilizado, integral e aproveitaram maior volume de derivados e subprodutos como canjicão, quirera, farelo e casca. O crescimento foi de 14,1%, ou 145.460 sacas transformadas nos engenhos.
O número é explicado em parte porque a colheita de 2022/23 teve números expressivos na região e no estado, onde houve um crescimento de apenas 0,22% no beneficiamento. Ou seja, as empresas de Cachoeira, apesar da concentração que está sendo percebida entre os maiores complexos industriais arrozeiros gaúchos, cresceram mais do que a média estadual. Ainda que a área tenha caído no município, na região e no Rio Grande do Sul. E ainda que a Ponte do Fandango tenha perdido a sua capacidade de suporte às cargas que precisaram ser transportadas por balsa até as unidades de processamento do grão.
PONTE É ENTRAVE
Como esta safra 2023/2024 deve ser menor e agravaram-se os problemas de logística, a tendência é de que caia a produção gaúcha, mas o beneficiamento deve manter-se próximo da média dos últimos anos. Um dos problemas mais graves do momento é a interdição da Ponte do Fandango para as cargas, o que além de aumentar o custo das empresas também tem feito crescer o volume de grãos colhidos em Cachoeira do Sul e enviado para municípios vizinhos, como é o caso de Caçapava do Sul e Pantano Grande.
PANORAMA EM CACHOEIRA
Indústrias do arroz cresceram em 2022/2023
TREVISAN
Dentre as empresas locais, a melhor posição é da Trevisan Alimentos, ainda identificada pelo Irga como Irmãos Trevisan S/A. A empresa ganhou duas posições e é a única que integra o ranking das 50 maiores, entre 157 unidades indicadas por meio da arrecadação da Taxa de Cooperação e Defesa da Orizicultura (CDO). Pulou da 46ª para a 44ª posição, tendo beneficiado 600.232 sacas de 50 quilos, ou 30.012 toneladas, representando 0,54% de toda a industrialização no estado. E é a única empresa local que exporta arroz beneficiado para três continentes: América do Sul, Europa e África.
TREICHEL
A Treichel Ltda transformou 495.364 sacas de arroz em casca para beneficiado, somando 24.768 toneladas e representou 0,45% do estado. Avançou de 57ª indústria em volume processado para 52ª.
MORAES
O Engenho Moraes manteve-se como o 102º no ranking gaúcho, mesmo com ligeiro aumento no volume processado, transformando 82.927 sacas (4.146 toneladas), ou 0,07% das 5.532.631 toneladas.
RANKING
Indústria do arroz no Rio Grande do Sul
Fonte: Irga